quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

dos demónios e do cérebro

como se cérebros em sangue negro de derrames de petróleo no mar alto

como um

mastro de um navio com gaivotas brancas do Sol e de Neptuno que é uma

invenção de loucos com tridentes e escamas e folhas de papel sem tinta

nos

rios de um país distante onde a neve não cai a não ser que escorregue

como

às vezes acontece ao mais irrequieto dos irmãos que não é nem mais nem

menos

feliz que os demais trabalhos que teimam em pensar que a vida não passa

de

uma passagem quando no fundo é a felicidade por si só.

nada a declarar à alfândega.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

do fogo e do frio

aceso,
em destroços.

velas amarradas em mastros ardidos no barco de mim.
aceso sem petróleo,
naturalmente,
como eu,
como tu.

porque sim.
porque não?

sonhos de céus vermelhos com perguntas incertas.
acredito.

lutar sem força,
sem desporto.
que não é luta,
a minha.

sem santos,
sem anjos,
com Deus...

para s.

do sangue e dos mortos

vermelho.
castanho.
roedores infernais.

perseguição implacável.
tormenta
que me atormenta.

o fogo apaga.
a água
de sede.

sede de vingança.
beco sem saída.
fuga à vista...

(para Rodrigo Leitão)

de locais à noite

de uma vez,
como se não importasse.

e importa.

ontem,
como se fosse agora.

como nunca.

o que aconteceria?
se aqui estivesses?

De boca fechada

Escadarias, com as mãos nos bolsos, enamoradas pelos espaços abertos.

Houve uma altura da sua (dele) vida em que ele se sentiu o dono do mundo, e era-o, apenas não o sabia. Andava de mãos dadas com ele próprio, como se o mundo não existisse, e não existia mesmo. O grande senão resumia-se a um simples facto: tudo não passava de uma grande mentira.

Uma noite afastou-se da mesa do salão do hotel onde tudo acontecia e, observador, começou aquilo que seria o princípio do fim da existência universal. Na verdade, não se lhe pode chamar existência, dadas as circunstâncias.

Uma nuvem de fumo percorria o tecto do salão e ameaçava desabar sobre a cabeça...

dos dias e das horas

como se,
como?
crédulo, desacredito.

e continuo a acreditar...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008