quinta-feira, 6 de novembro de 2008

vou-me lembrando de me esquecer

vou-me lembrando de me esquecer
de aviões de tectos broncos,
de riscas e azuis,
de saltos altos,
sempre sozinhos,
amanhã.

vou-me lembrando de me esquecer
de salas abertas mas vazias,
de cadeiras cinzentas imóveis,
de cadáveres vivos,
sempre acompanhados,
hoje.

vou-me lembrando de me esquecer
que amanhã é igual a hoje,
comigo sempre na memória,
que agora escasseia;
sem esquecer,
ontem.

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