segunda-feira, 15 de setembro de 2014

nem um milagre


como os dias
te escondiam,
de ti
e de mim.

cheiros esquecidos
de ventos
de sul.

como as noites
te escondem dos dias.
sem cansaço.

nem um milagre.
de olhos raiados
de sangue
e sol.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

a vida congelada


sem tudo o que um beijo
enche sempre.
lembra-me urgente e arruma.

chego junto e
hoje encontro alguém,
de saída.

fica.
preciso
nadar até fora de pé.

fim da pressa,
suja.
chega.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

regresso


regresso
aos dias passados
no jardim do príncipe real.

regresso
às noites em que sentia
um céu negro e cheio.

regresso
ao sonho precoce
dos verões sem fim.

regresso
a onde estamos a ir.
já não me lembrava.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

saltos baixos


uma curva,
acentuada
pelo calor,
de ontem.

olhos mortos,
por mim.

uma dor,
agravada
pelo vento,
de hoje.

olhos mortos,
por mim.

uma cor,
esmorecida
pelo medo,
de amanhã.

olhos mortos,
os teus.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

11:15


menos,
de um

metro quadrado.

saídas,
sem saída.

portas fechadas.

métricas,
sem sentido.

sentido.

esperas,
sem desespero.

espero.

não sinto,
hoje.

sinto muito.

terça-feira, 10 de abril de 2012

telefone morto

chove,
acho.
limpa a chama
comigo.

volto
agora.
desliga,
passa o sábado.

antes minha.
troca,
ninguém
esquece.

devolve,
cuida.
deixa
a procura vazia.

domingo, 4 de dezembro de 2011

feridas abertas

lambendo
as feridas,
salgadas.

carne.
viva
no lugar da pele.

levantando-me,
sempre,
a cada queda.