sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

beauty proof

não sou,
não somos
à prova de beleza.

efémera
ineficiente,
ineficaz.

ausente
e eterno,
descanso.

à prova de beleza,
não somos,
não sou.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

por ti

sim,
sempre
por ti.

menos,
e mais
por mim.

mais,
do menos
por mim.

menos
mais,
de ti.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

lábios secos

sem dor
repartida
a exaustão
de corpos

sorrisos,
sede.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

quer eu queira, quer não queira

quero querer
sem te dizer
quero ter,
poder.

altos,
alto
e baixo,
baixo.

escondo
me
revelo
te.

sem princípio,
sem fim,
sem antes,
sem depois.

durante.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

ardo

sem distância.
sem amargura.
sem sequer perceber,
a razão do mal.

sorriso nos lábios,
trémulos.
de prazer.

descolo,
sossegado.
sem linhas
nem fogo cruzado.

teimoso.
ardo
sem queimar.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

miserável.

era eu?
não,
sou eu.

inigualável nos buracos nas paredes.

verde,
seco,
claro.

sem horas mortas as minhas células cerebrais.

lamento?
a falta.
que fazes.

céu cinzento.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

há vezes

há vezes,
às vezes,
vezes
nada.

bolas de sabão
sem paredes,
nem tecto
para rebentar.

linhas,
cabos
e atmosferas
sem oxigénio.

implodir
em salas,
que se querem
de aulas.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

do calor, da calma e da tranquilidade

uma mensagem escrita a branco
com as costas aquecidas pela lua.

luz de mim
e dos outros.

não importa,
importa sempre.

lugares secretos,
esquecidos
e relembrados
todos os dias.

tempo
sem espaço
intemporal.

com regras,
desregradas
como a escrita,
que se afunda.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

às vezes

às vezes.
umas vezes.
algumas vezes.
muitas vezes.

sem voz,
sem suor,
sem pensar,
sem pudor.

correr
correr
a correr
sem parar.

com heterónimos
de outros
e viagens espaciais
nos armários.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

do oito e do sete

caminhos de árvores,
verdes
e castanhas.

areia,
clara,
como os dias.

sede de girassóis
e de vento,
nos cabelos.

em casa,
moínhos,
na alma.

e correr,
parado,
sem concorrer.

sorrisos,
e risos
de crianças.

fundo do mar.
oxigénio
e hélio.

vinte e quatro,
sete,
sempre...


... para sempre...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

e hoje

e hoje.
a fuga pertence-me,
hoje,
fujo,
hoje.

e hoje.
não existo,
hoje,
adormeço,
hoje.

e hoje.
desespero,
hoje,
sem fúria,
hoje.

e hoje.
sou uma vírgula,
hoje,
sem ponto final,
hoje.

e amanhã.
mais do mesmo,
amanhã,
uma nuvem,
amanhã.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

da blasfémia

dor de saber,
que não sentes o sempre
como teu.

sempre que não foge,
nunca,
como sempre.

suspeito sempre,
suspenso,
sem pensar.

o sempre caminha,
sempre,
de mão dada comigo.

como ontem,
como hoje,
como sempre.

como a inexistência,
inexistente,
sempre.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

... até sempre

que o tempo não existe nunca, nunca sei por onde vou nem onde fico comigo e com paredes envoltas em papel sem morfina para aliviar a dor que teima em me cumprimentar como se um vizinho me batesse à porta para pedir um pão e dois ovos emprestados do banco da esquina que no final do mês anda atrás de mim como uma sanguessuga que practica sexo oral.
?
nem eu percebo.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

mais uma vez, por favor...

preenchido com cores sexuais.
sonhos e corpos envoltos em oxigénio líquido,
como o meu.

suores quentes e frios,
pescoços por morder
e especiarias.

pernas retorcidas,
escuro claro,
branco.

vontade de mim,
embebido de mim,
preguiça.