segunda-feira, 4 de agosto de 2008

sem título

lembro-me de um dia e de uma noite
em que me lembrei de esquecer
que não existo, às vezes.

lembro-me de ser abordado e não entender.

não me lembro de dias e noites
em que tudo era um espelho de mim.

um dia, não uma noite, sentirei o cheiro do vento,
quente, secreto, de sul.

chuva de trovoada, amarela, em campos de girassóis,
com ciprestes ao fundo.

um dia, não uma noite, morro e acordo.

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